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Os mosteiros foram os primeiros locais onde se produziu cerveja em grande escala. Assumiram este papel na altura da queda do Império Romano e da difusão do Cristianismo, quando a cerveja se tornou um alimento essencial - e não apenas uma bebida - para o sustento das comunidades religiosas, especialmente numa altura em que o seu consumo era preferível à água, muitas vezes insalubre. Os monges fabricavam cerveja para o seu próprio consumo quotidiano, mas os excedentes de produção destinavam-se aos peregrinos, aos pobres e aos potenciais compradores. Com o processo de secularização, as ordens religiosas entraram em crise e perderam o seu papel de liderança no fabrico da cerveja. No entanto, as suas cervejas não desapareceram totalmente. De facto, as cervejas ligadas às abadias e aos mosteiros ainda hoje se encontram no mercado, embora sob uma forma diferente da do passado. Para designar a cerveja fabricada no seio de estruturas religiosas, são geralmente utilizados dois nomes: "cerveja de abadia" e "cerveja trapista". Ambas são o resultado do processo histórico acima referido, mas têm significados profundamente diferentes, que são frequentemente confundidos ou mal interpretados.